Dentro de dois anos

Dentro de dois anos, graças às fortes obrigações dos promotores em matéria de monitorização, teremos uma ideia se foi uma boa ou má decisão autorizar este parque eólico.

Henrique Pereira dos Santos, em “Barão de S. João” no Ambio. Mais uma vez se constata que por um prodígio do destino, é nas zonas com algum valor ambiental que o vento mais sopra neste país. Neste caso o “principal corredor migratório conhecido em Portugal”.
O que seria interessante saber na minha opinião, era que consequências haverá para quem tomou a “boa ou má decisão”, no caso — nada surpreendente — de se revelar uma má decisão. É a accountabillity (Wikipedia) que em português, teima em não ter tradução e muito menos significado. Boa ou má, a decisão custa-lhes o mesmo.

Uma resposta para“Dentro de dois anos”

  1. henrique pereira dos santos

    Confesso que me surpreende esta truncagem das ideias de terceiros. No post está bem explicado que foram adoptadas muitas precauções. E como em qualquer decisão existem riscos. E é apenas nesse ponto que se fala desses dois anos.
    E não, não é igual ter sido uma boa ou má decisão, para quem a toma. Convém é ter a noção que proibir o parque eólico também pode ser uma boa ou má decisão.
    Já agora, não é um prodígio da natureza haver coincidênia entre áreas menos humanizadas e áreas de maior vento.
    henrique pereira dos santos

  2. José Rui Fernandes

    Não há truncagem nenhuma. Destaquei o que me pareceu importante destacar e linkei para o artigo original. Tem queixas sobre a ética disso?
    Não instalar num corredor de migração (o mais importante do país se entendi?) pode ser uma má decisão? Isso é o quê, uma verdade de La Palice para a empresa de energia? Ou pode ser uma má decisão para a conservação?
    Exemplos e nem precisa de ser na conservação. Exemplos de accountability neste país. Dê-me os exemplos.
    Se não é prodígio, engana mesmo bem.

  3. henrique pereira dos santos

    Meu caro,
    O que o post diz é muito claro: as pessoas que tomaram a decisão não sabem se é boa ou má mas como isso não os afecta é-lhes indiferente.
    Ora o post original é muito claro a explicar todos os passos dados, todas as precauções, todas as análises prévias e, mais importante que tudo, a ausência de indícios de que os receios originais se venham a concretizar.
    O comentário sobre os dois anos existe apesar de tudo indicar que não há grande interacção entre parques eólicos e migração (um receio original nesta discussão que o tempo tem vindo a demonstrar não ter o significado que inicialmente se temia, porque há parques eólicos instalados há mais de vinte anos em zonas mais sensiveis que esta do ponto de vista da migração).
    Esquecer tudo isso e toda a informação envolvente para fazer um ataque pessoal (e sim, é um ataque pessoal porque é de mim que se diz que tomo decisões sem me preocupar com os seus efeitos, não é uma discussão em abstracto) é lamentável.
    E muito mesquinho.
    henrique pereira dos santos

  4. henrique pereira dos santos

    Já agora, em que é que se baseia para dizer que não seria surpreendente ter sido uma má decisão? A mim surpreender-me-ia muito.
    henrique pereira dos santos

  5. José Rui Fernandes

    Não, diz que lhes custa o mesmo (no plural). Não fiz nenhum processo de intenções de consciência de cada um. Se calhar não dormem à noite e têm que frequentar “terapia”, mas isso não sei, não disse, nem quis dizer. Falei de algo concreto que sei: custa-lhes o mesmo. A boa ou má decisão, neste país, é exactamente o mesmo. Vai negar isso?
    A seguir já está a criar um problema onde ele não existe. É um desplante falar num ataque pessoal, pela seguinte razão: apercebo-me agora e só agora que a decisão foi sua. Eu nem sabia que estava a argumentar com uma pessoa tão importante. Portanto, se é um ataque pessoal é porque o passou a pessoalizar, mas é-me igual.
    No seu post diz que se cruzou várias vezes com o projecto, mas em nenhum ponto — eu de fora —, me apercebo que é sua a decisão e que tinha poder para tanto. Eu julgava que estes assuntos estavam entregues a doutas comissões para quando desse para torto não haver culpados. O que seria o mesmo, em abono da verdade irrelevante. Aliás, neste país tão bem gerido a tantos níveis, as más decisões tomadas de uma forma tenaz e consistente até servem muitas vezes para chutar para cima. Pode até chegar a primeiro ministro.

  6. henrique pereira dos santos

    A decisão não foi minha. Mas foi assim porque no processo de decisão eu assumi riscos e responsabilidades.
    Vejo agora que se limita a mandar bocas sobre o que os outros fazem sem pelos vistos ser capaz de elencar uma única razão para fundamentar.
    Já me tinha parecido.
    henrique pereira dos santos

  7. José Rui Fernandes

    Olhe que não… com certeza queria que eu elaborasse sobre a relação entre corredor principal de migração e o significado deste projecto para a estratégia nacional de renováveis e peso específico na produção energética total do país. Não achei pertinente, nem acho. Preferi linkar para o seu texto e deixar cada um tirar as suas conclusões com base nos seus vastos argumentos — ou seja, está totalmente à vontade.

    Depois de me chamar mesquinho e de me acusar de fazer um ataque pessoal, agora vem confirmar que a decisão não foi sua. Dessa sua “boca” não ficou nada com a seguinte agravante: já uma vez no seu blogue falei em accountability e frisei que não era um ataque pessoal pela seguinte razão: eu não considero nem de longe nem de perto que o Henrique Pereira dos Santos seja o centro do universo nem o problema do país, mas isto da responsabilidade é um problema e uma causa do estado a que chegamos — na minha modesta opinião. E noto que os exemplos que me contrariem ficaram reduzidos à escassez extrema.
    Mas ajudo nisso: lembrei-me de um que se auto-responsabilizou politicamente… depois alguém lhe deu um chuto para a Mota Engil. É uma vida agreste a dos maus decisores portugueses.

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