A transparência

Muitas são as críticas fundadas relativamente à falta de transparência dos organismos públicos, fonte de muita corrupção e outras malfeitorias. Desde a junta de freguesia, até ao governo passando pela maioria das câmaras municipais, a transparência é um conceito que não se impôs, nem se enraizou na vida portuguesa.
Nas empresas privadas, que têm toda a legitimidade para conduzirem as suas operações como bem entendem, o segredo parece continuar a ser a alma do negócio, mesmo que sejam muitas vezes segredos de polichinelo — basta ir à internet pesquisar a informação igual ou parecida. Isto a propósito de no Cantinho das Aromáticas ter sido instalada uma estação meteorológica agrícola da Wisecrop.
Quis saber mais, designadamente que empresa era essa e quanto custará um gizmo daqueles. Então, qual é a diferença entre a página da Wisecrop e outras com produtos similares, como a Davis, Weatherhawk ou a Rainwise? Estas últimas além de um “about” — onde se fica a saber que pelo menos a empresa não caiu do céu —, apresentam os seus produtos com o respectivo preço. Sem conversa, são dados objectivos. As empresas portuguesas não acreditam neste tipo de transparência. Preferem a troca infindável de e-mails, muitos dos quais1 ficando invariavelmente por responder (não me refiro ao caso concreto, que não sei, porque já desisti desse tipo de contacto) e obrigando ainda muitas vezes a um contacto telefónico e a uma perda de tempo inacreditável para algo tão simples.

  1. Eu diria a maior parte, já perdi a conta à quantidade de contactos que tentei estabelecer sem sucesso, normalmente na qualidade de comprador de produtos que acabo por adquirir de qualquer forma. []

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